Apresentação do grupo
Karina, Andréia,Rafaela, Maria Aparecida e Ana Angélica, formamos o grupo 1 do projeto Práticas de leitura e Escrita no contexto virtual, um projeto que está dando oportunidade de aprendermos e comprrendermos o mundo digital e multicompartilhado que vivem os nossos alunos e poder nos inserir na realidade deles e com isso, contribuirmos para uma educação de qualidade.
DEPOIMENTO: Maria Ferreira
Fui uma menina pobre que
tinha um primo rico. Na minha casa não havia nada para ler a não ser os jornais
que vinham nos embrulhos das compras da mercearia, (poucas) que minha mãe
fazia. Lia os textos todos amassados e ainda assim era pouco, sentia necessidade
de mais conhecimento. Passei a ter contato com o primo rico,Thales, e como na
casa dele havia um acervo bastante grande, tudo em prateleiras em um quartinho
nos fundos da casa que também servia de quarto para hópedes, com uma cama de
casal e um criadinho.
Como ele também gostava
de ler, passamos a ter o hábito de leitura. Duas ou três vezes da semana eu ia
até a casa dele. escolhiamos o que ler, sentávamos ou deitávamos na cama,
sempre um na cabeceira e o outro nos pés, e cada um fazia a sua viagem, geralmente
nos gibis do Pato Donald, do Tio Patinhas e dos demais personagens do Walt
Disney,intercalávamos com outras leituras e ao término, costumávamos comentar a
leitura e fazer as devidas comparações e opiniões, sendo sempre vigiados pela
minha tia e a empregada, nosso mundo era tão outro que não sabíamos porque
sempre aparecia na porta o rosto de uma ou da outra.
O que mais me chamava a
atenção era a superstição do Tio Patinhas em relação à sua moeda nº1, sempre
quis achar a minha também e me enriquecer e hoje vejo que a encontrei dentro
das suas histórias.
Lembro-me
que minha primeira experiência e contato com a escrita/leitura deu-se com as
garatujas que desenhava quando ainda criança, evidentemente uma escrita muito
primitiva. Devido a um problema que tinha nas cordas vocais comecei a falar
muito tarde (aos seis anos), e a grande questão pra mamãe e para a
fonoaudióloga era: alguém que não fala, dificilmente escreverá bem, diziam...,
será alfabetizada?
Constantemente
solicitava que mamãe lesse histórias de revistas que vinha junto com o
salgadinho, com o Mc' Lanche Feliz... literaturas menores... Papai era
analfabeto, assim que iniciei os estudos na 1ª série e comecei a escrever as
primeiras sílabas que se transformaram em palavras, que se transformaram em
frases... peguei um caderninho e repassava pra papai todas as noites os
exercícios que havia feito na escola durante o dia (acho que foi aí, inclusive,
minha primeira experiência como professora).
O primeiro
livro que li, estava na 5ª série, foi "O Estudante", uma professora
havia solicitado o resumo do livro. Aquela foi uma experiência excepcional,
recordo, era um livro que incitava muita empatia e identificação com os
personagens e com o desenvolvimento da trama ficcional, chorei ao final do
livro como se assistisse a um filme dramático.
Com
15 anos descobri minha paixão pelo teatro e descobri que a leitura de peças de
teatro era muito mais fluída. Lia, devorava rapidamente textos teatrais e
também poesias. Comecei então a escrever poemas, roteiros de cinema, peças de
teatro... que me faziam viv(l)er intensamente o mundo a partir dos olhos de uma
adolescente utópica.
Hoje
resumo o significado da leitura pra mim por meio da citação de Jorge Larrosa: “Toda obra literária cobiça um silêncio, uma
obscuridade. E é isso que diferencia sua linguagem da linguagem não literária,
dessa linguagem arrogante e dominadora que pretende iluminar e esclarecer,
explicar, dar conta das coisas, dizer tudo (...) Goethe, por exemplo, conseguiu
isso, pelo menos em vida: todos os que o leram com o coração aberto não o
glorificaram ou coisa parecida, mas voltaram-se para si mesmos”.
2 comentários:
Olá, Rafaela!!!
Gostei das modificações feitas no blog. Parabéns!!!
Olá pessoal, sou do grupo 2 e gostei desse blog, parabéns.
Fabiano.
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